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Nos últimos anos, um fenômeno silencioso tem ganhado cada vez mais espaço nas empresas: a demissão silenciosa — ou “quiet quitting”, termo que se popularizou com o crescimento de discussões sobre saúde mental no ambiente corporativo. Este movimento é caracterizado pelo afastamento emocional gradual de um colaborador, que continua presente fisicamente no trabalho, mas se desconecta das suas responsabilidades e das metas da empresa.
Viviane Alvarenga, diretora de Gente e Gestão da Febrafar e Farmarcas, explica que esse fenômeno vai além da simples preguiça ou desinteresse: “A demissão silenciosa é resultado de um esgotamento emocional, de uma desconexão com a empresa, e de uma falta de propósito no trabalho. Não é uma questão de desleixo, mas de uma ausência de envolvimento emocional”, afirma Viviane.
Os dados sobre esse fenômeno são alarmantes. Em uma pesquisa realizada pela Flash, em parceria com a FGV EAESP e o Talenses Group, foi revelado que 75% dos brasileiros admitiram ter praticado quiet quitting ao menos uma vez nos últimos três meses. Mais preocupante ainda é que 23% disseram fazer isso de forma frequente.
Viviane destaca que esses números refletem uma realidade mais ampla: “Este não é um problema exclusivo do Brasil. Globalmente, 59% dos profissionais estão em um estado de desconexão emocional com o trabalho, o que afeta diretamente a produtividade e o engajamento nas organizações.”
O papel crucial da liderança
A chave para combater a demissão silenciosa está, segundo Viviane, na forma como as lideranças lidam com suas equipes. “Liderar não é apenas comandar, é criar conexões reais com as pessoas. A escuta ativa, por exemplo, é fundamental para entender as necessidades e preocupações dos colaboradores antes que eles se desconectem totalmente.”
Para combater o quiet quitting, a diretora de Gente e Gestão recomenda uma série de ações práticas para os gestores:
Como identificar os sinais da demissão silenciosa?
A demissão silenciosa não acontece de forma repentina. Existem sinais que, se identificados a tempo, podem ser decisivos para reverter o quadro. Entre os sinais, Viviane destaca:
“Esses sinais podem ser indicadores de que o colaborador está se afastando emocionalmente, e é fundamental que a liderança tome a iniciativa de conversar e tentar entender a causa desse comportamento”, afirma Viviane.
Uma das formas de prevenir a demissão silenciosa é investir em pesquisas internas, mesmo que simples, como formulários de feedback. “Essas ferramentas podem ajudar a identificar áreas que precisam de melhoria, e isso vai muito além de garantir que o trabalho está sendo feito. Trata-se de um cuidado contínuo com o bem-estar dos colaboradores”, completa.
Viviane também reforça que as empresas precisam olhar para a demissão silenciosa não como um problema isolado, mas como um sintoma de algo maior. “A demissão silenciosa é reflexo de um ambiente corporativo que não está atendendo às necessidades emocionais dos colaboradores. E, como todo sintoma, precisa ser compreendido em sua totalidade”, conclui.
O impacto na cultura e sustentabilidade dos negócios
Empresas que enfrentam o fenômeno da demissão silenciosa sem agir correm o risco de perder talentos preciosos e de afetar a sua própria sustentabilidade. “O engajamento não vem de processos, mas de relações. E empresas que conseguem cultivar esse engajamento criam um ambiente de pertencimento, onde as pessoas não estão apenas entregando o mínimo, mas dando o seu melhor”, afirma Viviane.
Ao investir em uma liderança consciente e na criação de espaços para pertencimento, as empresas podem não só reverter a demissão silenciosa, mas também se tornar exemplos de boas práticas de gestão, inovação e longevidade.
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